Sono-vigília na infância : conhecimentos dos educadores
RESUMO:
O sono tem uma importância vital para a saúde, influenciando o bem-estar físico e psicológico do ser humano. A não aquisição de hábitos de sono correctos no início da vida pode ter consequências durante o seu percurso. Um sono tranquilo contribui para um crescimento saudável influenciando a aprendizagem e o desenvolvimento da criança. Acresce que o enorme progresso verificado na investigação sobre o sono, não tem sido acompanhado dos mesmos avanços em termos de uma educação de sono.
Assim, realizamos um estudo preliminar, junto de educadores de infância, com o objectivo de fazer um levantamento das concepções e necessidades de formação, relativamente ao ritmo de sono-vigília de crianças até aos 5 anos, tendo em conta o conhecimento actual sobre o sono. Foi utilizado um inquérito de auto-preenchimento que incluiu questões de caracterização sóciodemográficas, profissional e de formação, bem como um Questionário de Concepções sobre o Sono na Infância (Gomes et al., 2008) com 33 itens e escala de resposta de três pontos.
Deste estudo fizeram parte 82 educadoras detentoras do grau de licenciatura (exceptuando 3 com bacharelato/ou seu equivalente), com idades entre os 23 e os 59 anos (M=37,89; DP= 5,8) e tempos de serviço entre 1 a 30 anos (M= 12,93; DP= 5,78), na sua maioria casadas/ em união de facto e com filhos. A maior parte das educadoras (61%) encontra-se presentemente a trabalhar na rede pública do pré-escolar, 31% no jardim-de-infância da rede privada e apenas 8,5% numa creche. A maioria das participantes afirmou que a formação inicial em educação de infância contemplou o sono das crianças (76%), considerou possuir conhecimentos suficientes sobre o sono das crianças (78%), procura informações sobre esta temática (76%), sendo que as revistas de divulgação foram dos meios mais referidos enquanto fontes de informação.
Embora indiquem que os pais «raramente» as procuram para esclarecer dúvidas sobre o sono dos seus filhos, a maioria das educadoras considerou-se apta a dar-lhes resposta (72%). No Questionário de Concepções sobre o Sono na Infância encontrou-se uma pontuação total média de 23,5 (DP= 2,76) em 33 pontos. Constatou-se que existiam relações estatisticamente significativas entre o número de acertos verificados no questionário e os dados sócio-demográficos dos respondentes, nomeadamente: idade, tempo de serviço, estado civil e existência de filhos.
Os grupos que obtiveram maior número médio de acertos foram os das educadoras solteiras, sem filhos, tendencialmente com menos tempo de serviço e mais jovens. Através da análise de respostas item a item, foi possível identificar os pontos fortes e as principais lacunas das educadoras relativamente ao sono das crianças. Os resultados obtidos apresentam, portanto, implicações em particular a nível da formação de educadores/professores.
Coelho, Sílvia Raquel Oliveira Pinto. “Sono-vigília na infância : conhecimentos dos educadores”. Master’s thesis, Universidade de Aveiro, 2009. http://hdl.handle.net/10773/1048.
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