O presente estudo analisa mecanismos de gerência de identidades no comércio das mulheres trabalhadoras de sexo, nas ruas do “Bagamoyo e da Mesquita,” na Baixa da Cidade de Maputo. A análise baseia-se em duas perspectivas: a primeira defende que as trabalhadoras de sexo tendem a ter um comportamento que sobrepõem-se aos demais papéis interferindo nas mais diversas esferas da vida social; A segunda defende que as identidades atreladas a comercialização sexual são resultantes de um processo de aprendizagem em relação com a prática no exercício do quotidiano. Destas duas perspectivas de análise dão-nos a entender de que o fenômeno do comércio de sexo é visto como um olhar negativo. Neste sentido, o estudo procurou compreender como as trabalhadoras de sexo em espaços sociais específicos, gerenciam as suas identidades no exercício das suas atividades que têm vindo a desenvolver nos seus dia-a-dia e nas suas vidas quotidianas por um lado; por outro, como ainda estas trabalhadoras de sexo gerenciam as suas outras identidades nos espaços das suas casas ou nos seus bairros bem como em relação as outras actividades que têm desenvolvido em prol da sociedade. A partir dos resultados etnográficos recolhidos no presente estudo, demostra-se que as mulheres que exercem as suas actividades profissionais na Rua do Bagamoyo bem como na Rua da Mesquita identificam-se como comerciantes de sexo a partir das suas formas de representação, isto é, em termos de um conjunto de vestuários e produtos utilizados em determinados momentos das suas actividades sexuais, desde as saias e calções curtos, sapatos altos, chinelos, sapatilhas, uso de maquiagens, batons, perucas, extensões, cremes e perfumes. Estes são dispositivos que elas activam no espaço para atrair os clientes que procuram prazeres e diversões sexuais naquelas ruas. No contexto das suas áreas residenciais, essas mulheres apresentam-se com outros tipos de vestes especificamente de capulanas, calças, etc, de modo a exercer as outras atividades nas suas casas, bairros e nos salões de beleza. Assim sendo, quando saem das suas residências para o trabalho sexual elas revestem-se de outras novas identidades e imagem no espaço onde de facto praticam o comércio do sexo